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Coreia do Norte: Kim faz desfile para exibir poder militar – 09/10/2025 – Mundo

O ditador Kim Jong-un realizará nesta sexta-feira (10) —o horário exato de início não foi divulgado, mas provavelmente pela manhã local, noite desta quinta (9) no Brasil— um grande desfile militar para ostentar o poder militar da Coreia do Norte em um momento em que o país é pressionado para sua desnuclearização.

No evento, que ocorre para celebrar o 80º aniversário de fundação do oficialista Partido dos Trabalhadores da Coreia, espera-se que o Exército apresente uma nova geração de armas de guerra, em um movimento visto como um recado aos Estados Unidos e à Coreia do Sul, que fazem frequentes exercícios militares na região.

O objetivo do regime norte-coreano, segundo Rachel Minyoung Lee, pesquisadora do país no Stimson Center em Washington, é reforçar a mensagem de que a nação já é militarmente forte e de que continuará a se tornar ainda mais potente. Os EUA, segundo ela, são definitivamente parte do público ao qual se destina esta mensagem.

“O regime espera que o desfile desperte orgulho no povo norte-coreano e lhes lembre de que seus sacrifícios —as dificuldades econômicas— valeram a pena. Kim provavelmente também vê o desfile como uma espécie de vitrine comercial para possíveis compradores de armas no exterior”, afirma.

No último sábado (4), em evento em Pyongyang em que foram apresentados armamentos, Kim afirmou, segundo a mídia estatal KCNA, que a aliança nuclear entre os EUA e a Coreia do Sul progride rapidamente e que as medidas americanas para expandir o estoque de ativos militares na região representam grave ameaça à Coreia do Norte.

“Em proporção direta ao reforço do arsenal militar dos EUA na região da Coreia do Sul, nossa preocupação estratégica com essa região também aumentou e, consequentemente, atribuímos nossos ativos especiais aos principais alvos de nossa preocupação”, disse.

“O inimigo, creio eu, terá de se preocupar com a direção que o seu ambiente de segurança está tomando.”

A exposição, vista como um aquecimento do desfile desta sexta, teria apresentado os frutos de investimentos na defesa do país, conhecida por ser respaldada no potencial nuclear.

Agora, é esperado que sejam mostradas as mudanças ocorridas na estratégia militar nos últimos anos, com maior participação de armas tradicionais.

“Esta exposição apresenta os resultados recentes dos importantes projetos que temos impulsionado para colocar a estrutura das capacidades militares da RPDC [República Popular Democrática da Coreia], com sua dissuasão nuclear como espinha dorsal, em uma base cada vez mais moderna e avançada”, disse ele, segundo a KCNA.

Qual nível a Coreia do Norte alcançará no desenvolvimento de novos armamentos é tema em debate, uma vez que as sanções internacionais que o país sofre poderiam inviabilizar ao menos parte de sua indústria. As recentes parceria com a Rússia, porém, podem indicar uma mudança no caminho, segundo Lee.

“Nós que trabalhamos com inteligência de fontes abertas não sabemos exatamente que tecnologia militar os russos estão fornecendo aos norte-coreanos”, diz ela.

“Portanto, embora seja fácil supor que a Coreia do Norte enfrente limites na produção de armas devido a sanções e outras carências internas, não devemos subestimar sua parceria com a Rússia, que, a meu ver, será de mais longo prazo, indo além da guerra na Ucrânia”, afirma a especialista, referindo-se ao apoio que Kim está oferecendo ao líder russo Vladimir Putin durante o confronto.

O país também segue pressionado pelos EUA para que tenha sua total desnuclearização, o que indicaria abrir mão da posse e da fabricação de armas nucleares. Segundo a Reuters, uma declaração oficial da Casa Branca dada à agência afirma que este segue como o principal objetivo de Trump, que permaneceria aberto ao diálogo com Kim para esta finalidade.

Nos últimos meses, o presidente americano fez acenos ao líder norte-coreano, afirmando que espera encontrá-lo ainda este ano e que a relação entre os dois seria boa.

Em resposta, Kim afirmou que, se os EUA “abandonarem a sua busca absurda por desnuclearização”, o líder não vê razão para que não ocorra uma conversa “cara a cara”, segundo a imprensa estatal.

A ida da comitiva norte-coreana para a Assembleia-Geral da ONU em Nova York foi também vista como uma abertura dos asiáticos em relação aos americanos. No evento, o vice-ministro de Relações Exteriores, Kim Son-gyong, defendeu a posse de armas nucleares pelo país como um direito e uma necessidade para a defesa da soberania nacional.

Nos últimos meses foram noticiadas pela KCNA novos testes de armas de guerra nos quais Kim teria acompanhado pessoalmente. Entre eles estão veículos aéreos não tripulados, como drones, além de diferentes tipos de mísseis. Não foi informado se esses dispositivos seriam incluídos no desfile.

Entre as autoridades confirmadas para o evento até agora estão To Lam, secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista do Vietnã; Thongloun Sisoulith, presidente do Laos; e o primeiro-ministro da China, Li Qiang, que representará Xi Jinping na agenda oficial.

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