O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista à Record que a proposta de tarifa zero no transporte público deve ser uma bandeira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha eleitoral de 2026. Segundo o ministro, um estudo para estimar os custos e a viabilidade de uma política de gratuidade no país inteiro está em andamento.
O Brasil é hoje o país com o maior número de cidades com tarifa zero no transporte público: são 138 municípios, a maioria deles de pequeno e médio porte. A medida tem impacto no bolso da população –segundo o IBGE, o transporte é o segundo maior gasto dos brasileiros (atrás apenas de alimentação)– e impacto também eleitoral (medido pela recondução acima da média de prefeitos que implementaram a política pública).
Propostas para criar um modelo de gratuidade nacional tramitam no Congresso. Uma delas é uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que cria o Sistema Único de Mobilidade (SUM) e divide a responsabilidade de financiar o transporte público entre os entes federativos. O texto, da deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), foi protocolado em maio de 2023, mas ainda não avançou.
Especialistas que veem a política pública com desconfiança apontam o custo fiscal dos subsídios como entrave. Outro problema em potencial seria a sobrecarga de usuários no transporte urbano, já que o aumento do número de passageiros foi observado nos municípios que passaram a ter tarifa zero.
O Café da Manhã desta quarta-feira (8) trata da viabilidade de uma tarifa zero nacional. O urbanista Roberto Andrés, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), analisa as experiências e os desafios para a implementação de uma política de tarifa zero no país.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gustavo Simon e Gabriela Mayer. A produção é de Gustavo Luiz, Lucas Monteiro e Raphael Concli. A edição de som é de Thomé Granemann.