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Pavilhão do Brasil reúne Adriana Varejão e Rosana Paulino – 08/10/2025 – Ilustrada

Duas das mais importantes artistas plásticas do Brasil irão entrelaçar seus projetos estéticos na Bienal de Veneza, uma das maiores exposições de arte do mundo.

Adriana Varejão e Rosana Paulino foram as artistas selecionadas para apresentar suas obras no pavilhão brasileiro da mostra, prevista para acontecer entre maio e novembro de 2026.

“Convidá-las foi a minha primeira ideia para esse projeto”, diz Diane Lima, curadora da exposição. “Obviamente, foi uma ideia que me assustou, porque são as artistas contemporâneas mais relevantes do Brasil.” A pesquisadora não exagera ao falar das duas de forma superlativa.

Condecorada com a Ordem do Mérito Cultural, maior honraria pública da cultura, Varejão tem obras nos acervos de instituições como MoMA e Guggenheim, ambas em Nova York, e Fondation Cartier pour

l’Art Contemporain, em Paris.

Já Rosana Paulino se tornou, no ano passado, a primeira mulher negra a ter uma mostra no prestigiado Malba, museu portenho, lar do “Abaporu”, de Tarsila do Amaral. Suas obras integram as coleções de instituições como Masp, Tate Modern, de Londres, e Centre Pompidou, em Paris.

O encontro das duas acontecerá sob uma proposta curatorial que se volta à botânica para sintetizar o Brasil. O projeto busca inspiração na planta Dieffenbachia seguine, conhecida popularmente como Comigo-ninguém-pode, epíteto que dá nome à exposição.

O nome popular dessa espécie faz alusão à sua resiliência diante das intempéries, uma característica associada ao povo brasileiro. Além disso, é uma referência à toxicidade e ao simbolismo espiritual, já

que a planta é usada como proteção contra energias negativas.

Essa ambiguidade entre cura e veneno deve ser justamente um dos fios condutores da exposição. “Elementos ligados à resiliência e à proteção aparecem de uma maneira ou de outra, seja no meu trabalho, seja no trabalho de Adriana”, afirma Paulino.

Embora a concepção da mostra esteja em fase embrionária, a produção das duas artistas oferece pistas sobre o que o público encontrará em Veneza.

O trabalho de Varejão se notabilizou por questionar o passado colonial em pinturas que escancaram chagas históricas, enquanto as obras de Paulino fazem frente aos estereótipos sobre as mulheres negras.

“O DNA das nossas obras passa justamente pela revisão histórica e por questões ligadas à expansão colonial”, afirma Varejão. “São muitos os pontos de convergência.”

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