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Hamas apresenta lista de presos para trocar por reféns – 08/10/2025 – Mundo

No que parece ser mais um avanço nas negociações para encerrar a guerra na Faixa de Gaza, o Hamas entregou, nesta quarta-feira (8), uma lista de reféns e prisioneiros palestinos que poderiam ser trocados em uma permuta e disse estar otimista quanto às conversas em Sharm el-Sheikh, no Egito.

Além de mencionar a troca, o grupo terrorista afirmou que as negociações estão focadas nos mecanismos para interromper o conflito e na retirada das forças israelenses de Gaza. Trata-se de uma avaliação aparentemente positiva das conversas sobre o plano de 20 pontos apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump —o mais próximo que os diplomatas chegaram de silenciar as armas.

Apesar disso, pontos de discórdia se mantém: Israel exige que o Hamas entregue as armas para encerrar a guerra, uma questão que, segundo um palestino próximo às negociações, a facção não se mostrou disposta a discutir. O cronograma de implementação da primeira fase do plano, aliás, não foi acordado até o momento, afirmou essa mesma pessoa à agência de notícias Reuters.

Nos próximos dias, autoridades das outras partes envolvidas nas conversas que começaram na segunda (6) devem começar a chegar à cidade turística egípcia, incluindo o genro de Trump, Jared Kushner, que serviu como enviado para o Oriente Médio durante o primeiro mandato do republicano, e Steve Witkoff, seu enviado especial.

Nesta quarta, devem chegar representantes do Jihad Islâmico de Gaza (menor que o Hamas, mas que também mantém reféns israelenses), o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer (confidente próximo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu), e o xeque Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, primeiro-ministro do Qatar e mediador de longa data.

Outro participante será o chefe de espionagem da Turquia, Ibrahim Kalin, o que aponta para o aumento da relevância de Ancara nas negociações. Apesar da influência do país na Otan, a aliança militar ocidental, e de seus contatos próximos com o Hamas, Israel não o considerava anteriormente como mediador.

Nesta quarta, aliás, o presidente turco, Tayyip Erdogan, disse que Trump pediu ajuda para persuadir o grupo terrorista a aceitar o acordo. Para ele, porém, o principal obstáculo para a paz é Tel Aviv, que deveria ser pressionado, na sua avaliação. “A paz não é um pássaro com uma única asa. Colocar todo o fardo da paz sobre o Hamas e os palestinos não é uma abordagem justa, correta ou realista”, afirmou.

Mesmo que um grande avanço seja alcançado, porém, ainda não há uma indicação clara de quem governará Gaza quando a guerra terminar. Países árabes que apoiam o plano dizem que ele deve levar à eventual independência de um Estado palestino, o que Netanyahu diz que nunca acontecerá. Sabe-se, porém, que o premiê, assim como Trump e Estados ocidentais e árabes descartam qualquer papel para o Hamas, que tomou o território em 2007 após uma breve guerra civil com seus rivais palestinos.

No lugar da facção, o plano do republicano prevê que um organismo internacional liderado por ele mesmo e com a participação do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair desempenhe um papel na administração de Gaza após a guerra.

Diante do impasse, autoridades americanas sugerem focar as conversas inicialmente na interrupção dos combates e na logística de como os reféns israelenses em Gaza e os detidos palestinos em Israel seriam libertados.

Na ausência de um cessar-fogo, Israel prosseguiu com os bombardeios, embora tenha reduzido os ataques à Cidade de Gaza nos últimos dias, a pedido de Trump. Mesmo assim, de acordo com autoridades locais, Israel matou pelo menos oito pessoas em todo o território palestino nas últimas 24 horas —o menor número de mortes relatado até agora na última semana.

A indignação global aumentou contra a ofensiva de Israel, que deslocou internamente quase toda a população de Gaza e desencadeou uma crise de fome devido ao seu bloqueio à ajuda humanitária. Vários especialistas em direito internacional, além de uma investigação da ONU, dizem que isso equivale a genocídio, o que Tel Aviv nega.

De acordo com autoridades de saúde do território, controlado pelo Hamas, ataques israelenses mataram mais de 67 mil palestinos nesse período —número considerado confiável pela ONU. A ofensiva foi uma resposta ao ataque de 7 de outubro de 2023 do Hamas, quando 1.200 pessoas foram mortas e 251 levadas para Gaza como reféns, segundo números de Israel.

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