Exilado na Rússia desde a queda de seu regime, em dezembro de 2024, o ex-ditador sírio Bashar al-Assad deu entrada em um hospital de Moscou em estado crítico. Segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma das poucas organizações confiáveis de informação sobre a Síria, ele teria sido vítima de envenenamento.
Em comunicado datado de 2 de outubro, a ONG sediada no Reino Unido indica que Assad foi internado em 20 de setembro em um hospital perto de Moscou. Em estado crítico, ele foi levado para a unidade de terapia intensiva do local. Segundo informações repassadas à OSDH, o ex-ditador sírio foi envenenado.
A ONG indica que Assad teria passado nove dias recebendo tratamento em um centro descrito como “extremamente reservado” e acessível apenas a membros do governo, das Forças Armadas e da segurança da Rússia.
Segundo a OSDH, apenas o irmão do ex-ditador sírio, Maher al-Assad, era autorizado a visitá-lo durante a hospitalização, assim como o ex-secretário de assuntos presidenciais, Mansour Azzam.
Pouco mais de uma semana após o envenenamento, o ex-ditador sírio recebeu alta. Embora continue em observação, seu estado de saúde atualmente é descrito como estável.
O envenenamento teria ocorrido dentro do complexo residencial em que Assad vive exilado. O local é fortemente protegido pelas autoridades russas, e a segurança foi reforçada após o incidente.
O relatório da OSDH indica que o ataque foi planejado por um ex-oficial sírio. A ONG acredita que a tentativa de assassinato pode ter sido orquestrada para desacreditar o Kremlin. Nem as autoridades nem a imprensa russa comentaram o incidente.
Esta não foi a primeira vez que Bashar al-Assad, que permaneceu no poder por mais de 24 anos, foi vítima de uma tentativa de envenenamento. Em janeiro passado, o tabloide britânico The Sun divulgou uma “tentativa de assassinato” que o teria deixado “com dificuldades para respirar”. No entanto, essa informação nunca foi confirmada.
Assad se exilou na Rússia em dezembro de 2024, depois que uma ofensiva de grupos islâmicos e da oposição síria derrubou seu regime. Desde então, sua segurança está a cargo das forças russas, que segundo a OSDH, são “incapazes de protegê-lo”.