A empresa responsável pela organização da Bienal do Livro do Paraná, a Cocar Produções Editoriais, comunicou neste domingo (5) que o evento foi adiado e ainda não há uma nova data prevista.
O anúncio foi feito a menos de uma semana do início do evento, que teria sua primeira edição de 10 a 19 de outubro, e vem na esteira de uma série de problemas envolvendo a coordenadora da Bienal, Lis Alves, dona da Cocar.
O festival paranaense não tem relação com os eventos homônimos que acontecem em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, organizados por outras instituições.
Como a Folha revelou no mês passado, a Cocar acumula dívidas e Lis Alves chegou a usar uma conta pessoal para conseguir receber pagamentos pelo aluguel de estandes.
A programação oficial, com os nomes dos escritores, também gerou polêmica. Autores como Caetano Galindo e Luci Collin disseram publicamente que não iriam participar da bienal, ao contrário do que indicava a grade do evento. Outros escritores, como Pedro Bial e Thalita Rebouças, cancelaram a participação na sequência.
O adiamento do evento, de acordo com o comunicado deste domingo, ocorreu “por motivos operacionais, logísticos e também em função das condições climáticas dos últimos dias”. A nota diz que “em breve” uma nova data será divulgada.
No mês passado, a Cocar já havia anunciado mudança de local. Sem patrocinadores, a empresa não conseguiu pagar o aluguel da Viasoft Experience, um espaço com mais de 10 mil metros quadrados de área que fica dentro do campus da Universidade Positivo, e mudou o endereço do evento para o Jockey Club do Paraná.
Segundo Alves, houve dificuldade para captar recursos via Lei Rouanet. A Cocar foi autorizada a captar mais de R$ 8 milhões, segundo o Pronac, o Programa Nacional de Apoio à Cultura.