O ruralista Nabhan Garcia chama o senador Ciro Nogueira (PP-PI) de oportunista, diz que ele não representa a direita e cobra dele uma procuração para falar em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o candidato do grupo nas eleições do ano que vem.
“Eu não vi até agora nenhuma procuração que o Bolsonaro passou para o Ciro Nogueira para ele falar quem pode ser o candidato da direita, o vice… Todo mundo sabe que ele quer ser o vice. Ontem era o Tarcísio. Hoje já é o Tarcísio e o Ratinho. Amanhã pode ser quem, o Lula?”, diz.
Em entrevista ao jornal O Globo, Ciro disse que o ex-presidente já escolheu quem vai substituí-lo na disputa contra Lula (PT) e que só há duas opções: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD).
Nabhan afirma que a partir de hoje vai usar a influência dele “para que o agro esteja atento e não caia nessa onda de ficar trabalhando para eleger falso oportunista”. Diz ainda que está cedo para definir quem vai disputar as eleições e pede respeito a Bolsonaro.
“Eu me sinto muito constrangido. Confesso que me sinto mal vendo um cara sem essa qualificação se colocar em uma situação como essa, em que o Bolsonaro está preso, incomunicável, acuado e ainda não definiu quem vai ser [o candidato dele], quem não vai ser”, diz Nabhan.
“A minha qualificação para ele é a de oportunista político sem muita credibilidade. E agora se intitulando de centro-direita. Para mim, que tenho uma história de vida e sempre defendi esses princípios que chamam de direita, esse cara não representa centro-direita coisa alguma. De direita ele não é.”
Como presidente da UDR Nacional (União Democrática Ruralista), instituição que representa pecuaristas, Nabhan ajudou a pavimentar o apoio do agronegócio a Bolsonaro. Durante o governo, foi Secretário de Assuntos Fundiários. Segundo ele, Bolsonaro ainda é o candidato do “agro raiz”.
“Um amigo chegou a me ligar e falou: ‘Se esses oportunistas começarem a querer fazer graça, daqui a pouco eu vou apoiar o Lula. É de esquerda, assume que tem um lado’”, conta, acrescentando ser contra Lula, mas preferir tomar um uísque nacional barato a um uísque importado falsificado.
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