O Hamas disse nesta sexta-feira (3) que concorda com a libertação de todos os reféns israelenses sob os termos do plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o fim da guerra na Faixa de Gaza. O grupo terrorista assinalou, contudo, que está pronto para começar negociações, ainda com mediadores, para discutir detalhes e outros pontos.
O Hamas concordou também com uma das exigências vistas como mais trabalhosas do plano: aceitou abrir mão do poder na Faixa de Gaza e entregá-lo a um governo tecnocrático, como queria Trump. Entretanto, o grupo terrorista afirma querer participar da “estrutura nacional palestina” que ajudará a formar esse governo.
Ainda não está claro de que forma essa participação se dará, e o Hamas afirma estar disposto a mais negociações para que se chegue a um acordo. Ao mencionar uma participação, o grupo parece buscar uma forma de evitar uma rendição completa, ao mesmo tempo em que arrisca ver o plano rejeitado por Israel —o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu disse repetidas vezes que não permitiria que o Hamas continuasse no poder de forma alguma.
“Outras questões mencionadas na proposta do presidente Trump sobre o futuro de Gaza e os direitos legítimos do povo palestino estão conectadas a uma posição nacional unificada e leis internacionais e resoluções relevantes”, disse o Hamas em comunicado.
No comunicado, o grupo terrorista não se posicionou a respeito de outra exigência feita por Trump e por Israel: a de que entregue suas armas a uma força policial palestina independente.
O plano de Trump propõe que todos os reféns, vivos e mortos, devem ser devolvidos em até 72 horas após a aceitação pública do acordo por parte de Israel.
Depois, diz que assim que todos os reféns forem libertados, Tel Aviv deverá libertar 250 palestinos prisioneiros e condenados à prisão perpétua, além de 1.700 moradores de Gaza detidos após o ataque de 7 de outubro de 2023, incluindo todas as mulheres e crianças detidas nesse contexto.
Em até 72 horas após a aceitação pública deste acordo por Israel, todos os reféns, vivos e mortos, serão devolvidos.