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Merval vai seguir presidente da ABL após mudança de regra – 02/10/2025 – Ilustrada

Prestes a completar quatro anos como presidente da Academia Brasileira de Letras, o jornalista Merval Pereira vai estender o mandato por mais um ano após uma mudança no regimento interno da instituição.

A permanência máxima de um imortal na cadeira da presidência subiu de quatro para cinco anos após uma alteração nas regras da entidade. O colunista do jornal O Globo continuará então no cargo até dezembro de 2026. A informação foi adiantada pela revista Piauí e confirmada pela Folha.

A mudança na norma foi determinada por uma comissão que inclui acadêmicos como Domício Proença Filho, Godofredo de Oliveira Neto, Carlos Nejar e Antonio Carlos Secchin.

Segundo diz Merval em entrevista à Folha, ninguém da Academia queria que seu mandato chegasse ao fim e, a partir daí, se abriu uma discussão entre estender seu mandato ou permitir que ele disputasse mais uma reeleição.

A ABL elaborou seu estatuto quando foi fundada, em 1897, por escritores como Joaquim Nabuco e Machado de Assis, seu primeiro presidente. Ele determinava que um presidente deveria ser eleito a cada ano e que esse mandato poderia ser renovado, sem limitações.

Depois de Austregésilo de Athayde passar 34 anos no cargo, de 1959 a 1993, a instituição decidiu mudar suas regras para que isso não acontecesse mais.

Como explica Merval, os acadêmicos não mexem no estatuto definido por Machado, mas no regimento, que permite adaptações às necessidades atuais. Depois de Athayde, foi determinado um limite de dois mandatos seguidos para cada presidente. Ou seja, o presidente poderia ficar até dois anos no cargo.

Nélida Piñon, por exemplo, foi presidente da Academia apenas no ano de 1997. Já Marcos Vilaça presidiu por dois anos, de 2006 a 2007, e depois retornou para mais dois mandatos, de 2010 a 2011.

Mas com a crise econômica que colocou a ABL no vermelho, um novo regimento estendeu o limite de reeleições para três, permitindo a um presidente passar até quatro anos no cargo. O primeiro a seguir essa regra foi o poeta Marco Lucchesi, que ocupou a vaga de 2018 a 2021. Merval veio em seguida.

“Lucchesi assumiu a presidência da Academia numa situação muito difícil, com a crise seguida da pandemia. Ele fez uma reorganização e me entregou uma academia enxuta, equilibrada economicamente, mas muito limitada”, diz Merval, que antes compunha a diretoria na gestão do poeta.

Ele afirma que, quando assumiu a presidência, encontrou uma ABL com pouco dinheiro e patrocínios limitados. Desde sua eleição, diz ter conseguido reverter essa situação, por exemplo com o patrocínio para o prêmio Machado de Assis, cuja recompensa de R$ 100 mil reais passou a ser totalmente financiada pela empresa Light. “É o primeiro ano que a gente vai ficar no azul.”

“Não aceitei ficar na presidência porque eu queria, aceitei porque houve um movimento grande para que eu ficasse”, diz Merval. Às acusações de golpe nas redes sociais, ele responde que a ABL “é uma instituição privada que decide as suas necessidades e sua maneira de funcionar”. “Decidiu mudar como já mudou outras vezes.”

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