O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (30) que seu governo fechou um acordo com a Universidade Harvard após meses de negociações e que, com isso, a instituição pagará US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões).
“Linda está finalizando os detalhes finais”, disse Trump em um evento no Salão Oval, referindo-se à Secretária de Educação, Linda McMahon. “E eles pagarão cerca de US$ 500 milhões e administrarão escolas técnicas. Eles ensinarão as pessoas a usar IA e muitas outras coisas, motores, muitas outras coisas.”
Harvard não comentou imediatamente as declarações de Trump.
O governo Trump ameaçou escolas, universidades e faculdades com a retenção de verbas federais por questões que incluem protestos pró-palestinos contra a guerra de Israel, aliado dos EUA, na Faixa de Gaza, iniciativas climáticas, políticas transgênero e práticas de diversidade, equidade e inclusão.
Defensores dos direitos humanos levantaram preocupações com a liberdade de expressão, privacidade e liberdade acadêmica em relação às investigações do governo Trump sobre universidades. O presidente republicano afirmou repetidamente que universidades como Harvard permitiram manifestações de antissemitismo durante protestos pró-palestinos.
Manifestantes, incluindo alguns grupos judaicos, afirmam que o governo equipara erroneamente as críticas ao ataque israelense a Gaza e à ocupação de territórios palestinos ao antissemitismo, e a defesa dos direitos palestinos ao apoio ao extremismo. O governo não anunciou investigações sobre a islamofobia.
Forças-tarefa de Harvard afirmaram no final de abril que os alunos judeus e muçulmanos da instituição enfrentaram intolerância e abusos durante os últimos meses da guerra de Israel em Gaza.
O governo Trump chegou a acordos com as universidades Columbia e Brown, com ambas concordando com certas exigências do governo.
O presidente de Harvard, Alan Garber, afirmou anteriormente que as diversas ações federais desde que Trump retornou ao cargo em janeiro poderiam retirar quase US$ 1 bilhão anualmente da instituição, forçando-a a demitir funcionários e congelar as contratações.
Em março, o governo Trump afirmou que estava revisando US$ 9 bilhões em contratos e bolsas federais concedidos a Harvard. Em abril, o governo enviou uma carta a universidade exigindo que mudanças fossem feitas, caso contrário, mais de US$ 2,3 bilhões em verbas federais seriam congelados. O governo enfrentou reveses legais em seus esforços.
