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Trump dá ‘3 ou 4 dias’ para Hamas aceitar plano para Gaza – 30/09/2025 – Mundo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu ao Hamas nesta terça-feira (30) “de três a quatro dias” para aceitar o plano de paz que anunciou nesta segunda-feira (29) para a guerra em Gaza, falando em “um fim muito triste” caso o grupo terrorista rejeite a proposta.

Mediadores de Qatar e Egito compartilharam o plano de 20 pontos com o Hamas na noite de segunda-feira, depois que o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, apareceu ao lado de Trump na Casa Branca e endossou o documento, dizendo que ele satisfazia os objetivos de guerra de Israel.

O Hamas não esteve envolvido nas negociações que levaram a essa proposta. Ela exige que o grupo terrorista se desarme, uma exigência que a facção já havia rejeitado anteriormente. No entanto, um funcionário informado sobre as conversas disse à agência Reuters que o grupo “iria analisá-la de boa-fé e fornecer uma resposta”.

Falando a repórteres em Washington, Trump disse que líderes israelenses e árabes já haviam endossado o plano e que todos envolvidos estão “apenas esperando o Hamas” tomar sua decisão.

“O Hamas vai fazer isso ou não, e se não fizer, será um fim muito triste”, disse Trump ao deixar a Casa Branca. Questionado se havia espaço para mais negociações sobre a proposta, ele respondeu: “Não muito”.

O plano especifica um cessar-fogo imediato, uma troca de todos os reféns mantidos pelo Hamas por prisioneiros palestinos detidos por Israel, a retirada israelense de Gaza em etapas, o desarmamento do Hamas e a introdução de um governo de transição liderado por um organismo internacional.

Uma pessoa próxima ao Hamas disse à Reuters que o plano era “completamente tendencioso a favor de Israel” e impunha “condições impossíveis” que visavam eliminar o grupo.

Muitos elementos dos 20 pontos foram incluídos em numerosos acordos de cessar-fogo propostos nos últimos dois anos, incluindo aqueles aceitos e posteriormente rejeitados em várias etapas tanto por Israel como pelo Hamas.

Uma das principais condições do Hamas desde o início da guerra tem sido a retirada completa de Israel de Gaza em troca da libertação dos reféns restantes. Embora o grupo tenha indicado sua disposição de renunciar à autoridade administrativa, tem também consistentemente descartado se desarmar.

“O que Trump propôs é a adoção completa de todas as condições israelenses, que não concedem ao povo palestino ou aos residentes da Faixa de Gaza quaisquer direitos legítimos”, disse à Reuters um funcionário palestino, que pediu para não ser identificado.

O Hamas, no entanto, enfrenta pressão considerável para aceitar o plano, com os ministros das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Egito recebendo bem a iniciativa.

O chefe de inteligência da Turquia se juntará aos mediadores de Qatar e Egito em Doha para discutir a proposta de paz ainda nesta terça-feira, disse um porta-voz do ministério das Relações Exteriores qatari. A Turquia não esteve envolvida anteriormente como mediadora principal nos últimos dois anos.

Não estava claro se autoridades do Hamas se juntariam à reunião desta terça-feira. Na última vez que líderes do Hamas se reuniram para discutir um plano de paz dos EUA no Qatar, Israel executou um ataque em Doha para tentar matá-los com um ataque de míssil, sem, no entanto, obter sucesso.

Netanyahu pediu desculpas na segunda-feira ao premiê do Qatar pelo ataque, ocorrido em 9 de setembro, segundo a Casa Branca.

Embora inicialmente tenha apoiado o plano de Trump, Netanyahu posteriormente expressou dúvidas sobre elementos da proposta, incluindo as perspectivas para um eventual Estado palestino, algo que ele tem rejeitado categoricamente.

Netanyahu está sob crescente pressão de um público israelense que quer encerrar o conflito. O premiê, porém, também arrisca o colapso de sua coalizão governamental se ministros de extrema direita acreditarem que ele está disposto a fazer muitas concessões por um acordo de paz.

Em Gaza, alguns palestinos saudaram o plano de paz de Trump, dizendo que ele poderia acabar com os bombardeios e mortes, mas questionaram se isso acabaria por resultar no controle do território por parte de Israel.

“Queremos que a guerra acabe, mas queremos que o exército de ocupação que matou dezenas de milhares de nós saia e nos deixe em paz”, disse Salah Abu Amr, 60, pai de seis filhos da Cidade de Gaza.

“Esperamos que o plano acabe com a guerra, mas não temos certeza de que vai, nem Trump nem Netanyahu são confiáveis”, disse ele à Reuters por meio de um aplicativo de mensagens.

As forças israelenses avançaram mais profundamente na Cidade de Gaza nesta terça-feira, chegando ao centro da cidade —que Netanyahu descreveu como o último bastião do Hamas.

Aviões israelenses também lançaram novos panfletos sobre o centro urbano, ordenando que os palestinos saíssem imediatamente e se dirigissem para o sul.

“A batalha contra o Hamas é decisiva e não terminará até que ele seja derrotado”, dizia o panfleto em letras vermelhas.

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