Thamirys Nunes, fundadora da ONG Minha Criança Trans, vai se filiar neste sábado (4) ao PSOL, com planos de concorrer à Câmara dos Deputados em 2026.
A ONG foi atacada por conservadores em 2023, após uma imagem do grupo na Parada LGBTQIA+ viralizar nas redes sociais.
Thamirys é mãe de uma criança trans de 10 anos. Ao Painel, ela diz que pretende usar como frases na campanha “com um braço a gente acolhe e com outro a gente luta”, “por TODAS as crianças, adolescentes e famílias” e “lute como uma mãe”.
A futura psolista contou à Folha sua jornada levantando essa bandeira. Já foi denunciada ao Conselho Tutelar, viu um buffet infantil negar festa de aniversário para sua filha e cinco escolas a recusarem.
Sua filha tinha 3 anos quando a família percebeu sua disforia de gênero —desconexão entre o sexo com que alguém nasce e como se identifica. “Ela falava: ‘Mamãe, posso morrer hoje para nascer menina amanhã? Eu teria sido mais feliz se Deus tivesse me feito menina’.”
Nunes conta que vinha de uma “família extremamente conservadora” e se inclui nesse pacote. “Eu mesma era bem conservadora, para ser sincera. Mas, em prol da felicidade da minha filha, resolvi falar: tá bom, como [ela] pode ser feliz?”
Sua filiação acontecerá na sede da Apeoesp (sindicato dos professores), coincidindo com uma roda de conversa sobre “maternidades e famílias silenciadas e filhos (as) invisíveis para a política”. Ela também é conselheira do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) e do Conselho Estadual LGBTI+ de São Paulo.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.