O Festival do Rio, que ocorre entre os dias 2 e 12 de outubro, trará nomes importantes do cinema ao país, como a atriz francesa Juliette Binoche, que estreia como diretora com o filme “In-I in Motion”, e também o executivo Bill Kramer, presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, entidade que organiza o Oscar.
O americano vai participar da sessão de abertura do festival na noite desta quinta-feira, em que será exibido o filme “Depois da Caçada”, de Luca Guadagnino, diretor dos elogiados “Rivais” e “Me Chame pelo Seu Nome”. O evento vai acontecer no Cine Odeon, cinema histórico da capital fluminense que completa cem anos em 2026.
Kramer vem ao país com a intenção de conhecer de perto o cinema brasileiro, que ganhou projeção em Hollywood com a vitória de “Ainda Estou Aqui” no Oscar deste ano, por filme internacional, tendo levado também a atriz Fernanda Torres à disputa pela estatueta de atriz.
A produção nacional vive uma fase de louros. “O Último Azul”, do pernambucano Gabriel Mascaro, levou o Urso de Prata no Festival de Berlim, e “O Agente Secreto” venceu dois prêmios no Festival de Cannes, o de direção, para Kleber Mendonça Filho, e de ator, entregue a Wagner Moura, que vai ao Festival do Rio para divulgar o longa.
Foi Juliette Binoche, a outra grande convidada do evento, quem presidiu o júri de Cannes que premiou “O Agente Secreto”. A atriz deve participar de uma sessão do seu “In-I in Motion”, um documentário sobre a experiência que teve como cocriadora de um show de dança com o coreógrafo Akram Khan.
Binoche é uma das atrizes mais premiadas da França, conhecida por “A Insustentável Leveza do Ser”, de 1988, e por levar o Oscar de atriz coadjuvante com “O Paciente Inglês”, de 1996.
A programação do Festival do Rio, agora em sua 27ª edição, está repleta de potenciais competidores do Oscar do ano que vem. É o caso de “A Voz de Hind Rajab”, da tunisiana Kaouther Ben Hania, que almeja uma vaga entre os indicados a filme internacional na próxima edição da premiação. O filme narra a história real do assassinato de uma menina de seis anos que pediu ajuda por telefone enquanto fugia do conflito armado na Faixa de Gaza.
De forte apelo político, a produção esteve no centro de uma polêmica no Festival de Veneza no começo deste mês. Considerado favorito a vencer o maior prêmio do evento, o Leão de Ouro, o longa perdeu para “Father Mother Sister Brother”, do americano Jim Jarmusch, em um movimento do júri que foi lido como anti-Palestina.
Além dele, o Festival do Rio exibe também o norueguês “Valor Sentimental”, outro forte candidato ao Oscar de filme internacional. O novo longa de Joachim Trier, que antes fez “A Pior Pessoa do Mundo”, explora a relação mal resolvida entre um pai cineasta e sua filha atriz.
Outro destaque da mostra carioca é “Hamnet: A Vida Antes de Hamlet”, da diretora Chloé Zhao, uma das duas únicas mulheres a vencer o Oscar de direção na história por “Nomadland”, em 2021. O filme, que segue o luto da esposa de William Shakespeare pelo seu filho, Hamnet, foi escolhido para encerrar o evento em sessão na noite do dia 11, no Cine Odeon.
O Festival do Rio tenta atrair cinéfilos também com “Sonhos”, novo filme de Michel Franco, “Morra, Amor”, que une Jennifer Lawrence e Robert Pattinson, e “A Cronologia da Água”, que marca a estreia da atriz Kristen Stewart na direção de um longa-metragem. Dentre os títulos nacionais, devem despertar curiosidade uma versão do vampiro Nosferatu, “Sexa”, dirigido por Gloria Pires, e “Dolores”, do cineasta Marcelo Gomes.