O governo da Dinamarca ordenou neste domingo (28) a proibição de voos civis com drones, após aeronaves não tripuladas terem sido novamente observadas sobrevoando instalações militares. Na última semana, incursões de drones causaram o fechamento temporário de vários aeroportos dinamarqueses.
O Exército dinamarquês afirmou, em comunicado, que mobilizou “várias capacidades” em resposta às observações noturnas nas bases, mas não forneceu detalhes adicionais sobre a natureza da resposta.
Incursões com veículos não tripulados nos últimos dias forçaram a Dinamarca a suspender a operação em aeroportos, incluindo um fechamento de quase quatro horas do aeroporto de Copenhague na segunda-feira (22).
A Dinamarca classificou essas incursões como parte de um “ataque híbrido”. O país evitou afirmar com certeza quem considera responsável, mas a primeira-ministra, Mette Frederiksen, sugeriu que poderia ser Moscou, chamando a Rússia de principal “país que representa uma ameaça à segurança europeia”. O Kremlin nega qualquer responsabilidade.
Sob a nova proibição, drones civis estarão impedidos de sobrevoar o espaço aéreo dinamarquês desta segunda (29) até sexta-feira (3), período em que a Dinamarca —que ocupa a presidência rotativa da União Europeia no segundo semestre deste ano— receberá líderes europeus para uma cúpula.
“Atualmente estamos em uma situação de segurança delicada e devemos garantir as melhores condições possíveis de trabalho para as Forças Armadas e a polícia, que são responsáveis pela segurança durante a cúpula da UE”, disse o ministro da Defesa, Troels Lund Poulsen, em comunicado neste domingo.
A Dinamarca receberá os líderes da UE na quarta (1º), seguida de uma reunião na quinta (2) da Comunidade Política Europeia —grupo mais amplo, com 47 membros— criado para unir a UE a outros países europeus aliados após a invasão russa da Ucrânia em 2022.
Um navio de defesa da Alemanha chegou a Copenhague neste domingo para auxiliar na vigilância do espaço aéreo durante os eventos de alto nível.
Episódios recentes de violação do espaço aéreo de países europeus deixaram a Otan, aliança militar do Ocidente, em estado de alerta.
Em 19 de setembro, três caças MiG-31K de Moscou invadiram o espaço aéreo da Estônia. Aeronaves F-35 da força de policiamento aéreo do Báltico foram enviadas para interceptar os russos, que deram meia-volta. Os russos negam a ação.
Dias antes, diversos drones lançados contra os ucranianos violaram o espaço aéreo polonês.