Autoridades militares dos Estados Unidos estão elaborando opções de ataques que visam a atingir traficantes de drogas dentro da Venezuela, disseram quatro pessoas à emissora americana NBC News.
De acordo com a rede de televisão, essas pessoas ouvidas seriam dois funcionários dos EUA familiarizados com o planejamento e duas outras com conhecimento das discussões, que disseram, sob condição de anonimato, que essas ofensivas poderiam começar em questão de semanas.
O presidente Donald Trump ainda não aprovou nenhuma ação, e o governo americano tem dialogado com a ditadura de Nicolás Maduro por meio de intermediários do Oriente Médio, afirma a NBC News.
Os funcionários consultados disseram à emissora que a recente escalada militar é, em parte, resultado de o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, não fazer o suficiente, na visão de Washington, para interromper o fluxo de drogas ilegais saindo de seu país.
Os planos em discussão, segundo elas, focam principalmente ataques de drones contra membros e lideranças de grupos de tráfico de drogas, bem como em laboratórios de drogas.
Nas últimas semanas, os EUA concentraram tropas e navios de guerra no litoral venezuelano e anunciaram a destruição de três pequenos barcos de supostos narcotraficantes, com um saldo de 14 mortos, segundo a Casa Branca.
Maduro acusa Trump de travar uma “guerra não declarada” contra a Venezuela, ao mesmo tempo que busca retomar o diálogo com Washington.
Nesta sexta-feira (26), Caracas ofereceu ajuda à Casa Branca para localizar e capturar líderes do cartel de drogas Tren de Aragua. A gangue venezuelana que opera em vários países das Américas se tornou uma prioridade para Trump e é classificada como uma organização terrorista pelo EUA
Washington acusa Maduro de manter relações com o narcotráfico e ofereceu uma recompensa de US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por sua captura. Segundo Trump, o próprio ditador venezuelano seria líder de uma rede de tráfico de drogas, o Cartel de los Soles, cuja existência é negada por especialistas.
Para justificar os ataques, o governo Trump invoca a legislação que os EUA aprovaram após os atentados de 11 de setembro de 2001 e que, em sua interpretação, permite tais ataques em águas internacionais.
Ações letais fora do território americano têm sido utilizadas regularmente por governos republicanos e democratas nas últimas décadas, e também por outros países, como por exemplo no combate à pirataria no Golfo de Áden.