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Black Rabbit: Jude Law e Jason Bateman geniais na Netflix – 25/09/2025 – Luciana Coelho

“Black Rabbit” é o tipo de série que conquista um público amplo. Suspense de ação com uma história que parece simples, avança em espiral para revelar um enredo inesperado. A essa trama, sobrepõe-se a relação dos protagonistas, irmãos que vivem uma codependência tóxica. Interpretados de forma visceral por Jason Bateman e Jude Law, são dos personagens mais interessantes das produções recentes.

A minissérie que estreou na Netflix na semana passada, criada por Zach Bailyn (de “King Richard”, filme que conta o surgimento das irmãs Venus e Serena Williams) e a estreante Kate Susman, é, de uma vez, um lento quebra-cabeça e um sóbrio estudo sobre o laço fraternal, por esgarçado que esteja.

Bateman está na pele do desajustado Vince, cuja dependência química e a dificuldade em manter compromissos deixam marcas agudas na vida de quem o cerca; Law é o determinado Jake, um manipulador de mãos cheias.

Ambos estão fantásticos nos papéis, e a química entre eles é uma prazerosa surpresa: o britânico Law emergiu no drama e na comédia romântica, e o americano Bateman, em comédias televisivas como “Arrested Development”, embora recentemente tenha se tornado ótimo produtor e diretor.

Muito do clima tenso e do humor ácido e fora de lugar de “Black Rabbit”, aliás, lembra outra série bem-sucedida com o ator, “Ozark”, na qual ele vivia um contador que lavava dinheiro para uma firma de primeiro escalão e, ao se ver obrigado a sumir de cena com a família, acaba montando um negócio rentável de tráfico em um pedaço esquecido dos EUA (as aberturas das duas, inclusive, usam a mesma ideia).

A produção, encerrada em 2022, deixou fãs saudosos e mudou a carreira de Bateman. De “Ozark” ele trouxe ainda a atriz Laura Linney, que, embora não dê as caras na nova série, dirige dois dos oito episódios.

Como o Martin de “Ozark”, o Vince de “Black Rabbit” é um homem de meia-idade cheio de ideias brilhantes e fora de lugar, que ao tentar fugir de erros do passado escorrega para esquemas piores ainda.

É um sujeito que viveu uma infância dura; encontrou algum sucesso ao lado do irmão no início da vida adulta com uma banda; cheirou, bebeu e apostou tudo o que podia, e se viu obrigado a deixar tudo para trás para escapar de credores violentos. E o visual de Bateman, um aceno ao anti-herói de “O Grande Lebowski”, torna difícil não simpatizar com sua figura melancólica e bonachona.

Seu antagonista, com quem dividiu a infância e o sucesso, assumiu o que sobrou das ideias dos dois —um bar-restaurante que, ao lado de uma chef talentosa (Amaka Okfor), ele transforma em um dos lugares mais badalados de Nova York (o nome da série vem daí).

Poderia ser uma clássica história de irmão bom versus irmão mau, só que Vince e Jake estão muito longe do maniqueísmo na linha Caim e Abel. Há uma gritante diferença de fachada, é verdade, mas no fundo é cada vez mais difícil apontar quem é o mais daninho, algo que os credores barra-pesada logo perceberão.

Não espere uma revolução na teledramaturgia. Algumas horas de diversão engenhosa, porém, estão garantidas.


Os oito episódios de “Black Rabbit” estão disponíveis na Netflix


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