Ghazi Hamad, um dos principais líderes do Hamas, deu uma entrevista ao vivo nesta quarta-feira (17) no canal qatari Al Jazeera, na primeira aparição pública de um membro do alto escalão do grupo terrorista desde o ataque de Israel ao Qatar.
Na semana passada, Tel Aviv lançou uma ofensiva inédita contra membros do Hamas em Doha, mas não matou membros do alto escalão. A facção mantém sua base política no exílio no Qatar.
Hamad confirmou que ele estava no prédio atacado, um alojamento dos membros do grupo terrorista que estavam envolvidos nas negociações de cessar-fogo. “Nós [liderança do Hamas] estávamos discutindo uma proposta de cessar-fogo. Menos de uma hora após o início da reunião, ouvimos uma explosão”, disse.
Ele estava acompanhado de Khalil al-Hayya, principal negociador do grupo, Khaled Mechaal, Zaher Jabarin, Basem Naim e Taher al-Nunu. Com o ataque, os esforços por uma trégua caíram por terra.
“Temos experiência nos sons dos mísseis e entendemos que se tratava de um ataque israelense. Saímos do local rapidamente e, graças a Deus, sobrevivemos”, afirmou Hamad. O líder do Hamas disse ainda que foram “cerca de 12 mísseis em menos de um minuto”.
Ele descreveu a ofensiva como “uma agressão traiçoeira” contra o grupo e o Qatar. Seis pessoas, incluindo um funcionário da segurança qatari, morreram no ataque, mas o alto escalão do Hamas sobreviveu.
Dias depois, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que não descarta realizar novos ataques contra líderes do Hamas “onde quer que estejam”.
A aparição de Hamad ocorre em meio a um avanço militar de Tel Aviv no território palestino. O Exército israelense iniciou uma ofensiva terrestre na segunda (15) para ocupar a Cidade de Gaza. As forças israelenses já vinham expandindo seus ataques aéreos contra a capital da Faixa de Gaza nas últimas semanas, mas ainda sem tropas em solo.
