19.4 C
Nova Iorque
domingo, setembro 28, 2025
No menu items!

Buy now

spot_img
No menu items!

Israel avança sobre Cidade de Gaza e força civis a fugir – 17/09/2025 – Mundo

Um dia após iniciar uma ofensiva terrestre contra a Cidade de Gaza, o Exército de Israel afirmou, nesta quarta-feira (17), que estava abrindo apenas duas rotas por onde os moradores podem fugir da capital sob certo.

De acordo com panfletos lançados sobre a cidade, a estrada Salah al-Din, que atravessa o centro da Faixa de Gaza de norte a sul, ficaria aberta por 48 horas a partir das 12h desta quinta (6h no Brasil) —até aqui, o Exército havia incentivado os moradores a abandonar a cidade por uma estrada costeira em direção ao que chama de “zona humanitária”, mais ao sul.

“O movimento deve ocorrer apenas pelas ruas marcadas em amarelo no mapa como a rota para o trânsito em direção ao sul. Siga as instruções das forças de segurança e sinais de trânsito”, diziam os comunicados. No entanto, a situação permaneceu caótica e perigosa para os civis, que nos últimos dias têm fugido a pé, em carroças puxadas por burros ou em carros.

O porta-voz do Exército de Israel Avichay Adraee publicou no X um mapa que mostra as rotas indicadas pelas forças. Mesmo com uma situação de acesso impossibilitado a energia elétrica e, por consequência, a internet, o oficial adicionou um aviso com um QR code que leva ao site da corporação.

Na página, há um mapa com indicação das regiões sob ordem de retirada e das categorizadas como área humanitária. “O mapa publicado mostra os números dos quarteirões em Gaza, com um claro apelo aos queridos moradores de Gaza”, diz o texto, ao afirmar que as informações são publicadas “a fim de evitar danos e preservar suas vidas”.

A Autoridade Reguladora de Telecomunicações da Palestina, com sede em Ramallah, na Cisjordânia, afirmou ter havido novos cortes nos serviços de internet causados por “agressões contínuas e ataques a rotas importantes da rede”. A ONG NetBlocks, que monitora o acesso global à internet, relacionou o novo apagão ao “ataque a uma das principais rotas de fibra óptica”. As forças de Israel não se pronunciaram.

Grande parte da Cidade de Gaza foi destruída no início da guerra em 2023, mas cerca de 1 milhão de palestinos haviam retornado para casas entre as ruínas durante o cessar-fogo de janeiro. Forçá-los a sair significaria confinar a maior parte da população de Gaza, que já era um dos territórios mais densamente povoados do mundo antes do conflito, em acampamentos superlotados no sul, onde a fome se intensifica.

Mesmo esse local, designado por Israel como “zona humanitária”, não é seguro, de acordo com autoridades palestinas e da ONU. Na terça-feira (16), um ataque aéreo matou cinco pessoas em um veículo que deixava a Cidade de Gaza em direção ao sul. Já no campo de refugiados de Nuseirat, no centro do território, um ataque aéreo destruiu um edifício nesta quarta, levando moradores das proximidades a fugir em pânico.

Até agora, Israel controla subúrbios no leste da capital e está bombardeando três áreas no sudeste, no norte e nas áreas costeiras do noroeste da cidade. De acordo com o Exército do Estado judeu, mais de 150 alvos foram atacados desde o início da ofensiva terrestre.

Segundo o gabinete de mídia do grupo terrorista Hamas, Israel destruiu ou danificou 1.600 edifícios residenciais desde o dia 10 de agosto, quando o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, anunciou a intenção de assumir o controle da capital. Tel Aviv também teria destruído 13 mil tendas na Cidade de Gaza onde pessoas deslocadas estavam abrigadas.

Israel, que diz buscar entre 2.000 e 3.000 “terroristas do Hamas” na cidade, estima que 40% dos moradores já se deslocaram. O escritório de mídia de Gaza, controlado pela facção, diz que 190 mil se dirigiram para o sul, e 350 mil se mudaram para áreas centrais e ocidentais da cidade.

Uma autoridade israelense disse à Reuters que cerca de 100 mil civis poderiam permanecer na cidade e que a operação poderia ser suspensa se um cessar-fogo fosse alcançado —uma possibilidade remota depois que Israel fez um ataque inédito contra o Qatar, que sedia as negociações.

O novo avanço de Israel ocorre ainda um dia depois de uma equipe independente comissionada pela ONU, afirmar que o Estado judeu comete um genocídio em Gazaacusação que Tel Aviv nega.

Desde outubro de 2023, quando ataques terroristas do Hamas mataram mais de 1.200 pessoas em Israel e fizeram 251 reféns, mais de 65 mil palestinos foram mortos, de acordo com os números divulgados pelo Ministério da Saúde local, comandado pela facção. As restrições impostas por Tel Aviv em Gaza impedem que a imprensa internacional verifique de forma independente os números divulgados pelas duas partes.

Related Articles

Stay Connected

0FansLike
0FollowersFollow
0SubscribersSubscribe
- Advertisement -spot_img

Latest Articles