A ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) rebateu declaração do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que a votação do requerimento de urgência do projeto que dá anistia aos condenados pelo 8 de janeiro levará à pacificação do país. A Câmara discute o tema na noite desta quarta (17).
Motta afirmou ao abrir a sessão que o Brasil “precisa de pacificação e de um futuro construído em bases de diálogo e respeito” e que, apesar de visões divergentes sobre o tema, cabe ao plenário decidir.
“Tenho a plena convicção que a Câmara dos Deputados […] terá a capacidade de construir essa solução, que busque a pacificação nacional, o respeito às instituições, o compromisso com a legalidade e levando em conta também as condições humanitárias das pessoas que estão envolvidas […]. Para que a Câmara dos Deputados possa dar um grande sinal que tem compromisso com o Brasil, com as nossas instituições e de buscar sempre o melhor caminho através da nossa democracia”, disse Motta.
Pouco depois, Gleisi foi às redes criticar a decisão da cúpula da Câmara em discutir esse tema antes mesmo de ser concluído o julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a trama golpista. O Palácio do Planalto atuou nos últimos dias para impedir o avanço da anistia, alegando que isso representaria uma vitória do governo Donald Trump, que abriu ofensiva contra o país e autoridades brasileiras por discordar do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo.
“Discutir anistia para quem tentou golpe de estado, antes mesmo do trânsito em julgado de sua condenação pelo STF, não é a agenda que interessa ao Brasil e à população. Longe de abrir caminho para qualquer pacificação, seria uma afronta ao Judiciário e à consciência democrática do país”, disse Gleisi.
“De forma açodada não haverá resultado positivo e neste momento, as pautas urgentes para o país são os projetos direcionados à justiça tributária e a beneficiar milhões de famílias com a isenção de tarifas de energia e do acesso ao gás de cozinha, entre outros”, completou.
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