Um juiz federal dos Estados Unidos rejeitou nesta sexta-feira (19) uma ação de difamação de US$ 15 bilhões (R$ 79,6 bilhões) do presidente Donald Trump contra o jornal The New York Times, quatro repórteres do veículo e a editora Penguin Random House.
Em sua decisão, o juiz Steven Merryday afirmou que o processo de 85 páginas de Trump era demasiado longo, com linguagem “tediosa e carregada”, e violava regras federais para a apresentação de queixas civis.
O magistrado afirmou que uma ação judicial “não é um fórum público para vitupérios e insultos” nem “uma plataforma protegida para descarregar ódio contra um adversário”.
“Uma petição não é um megafone de relações públicas nem um palanque para discursos inflamados de comício político”, continuou o juiz da Flórida, reforçando seu argumento.
Merryday deu à defesa de Trump um prazo de 28 dias para apresentar uma nova versão da ação, “de maneira profissional e digna”, com no máximo 40 páginas.
Os advogados do presidente afirmaram, em nota, que apresentarão uma nova ação contra o jornal.
Já um porta-voz do New York Times disse que recebeu “com satisfação a rápida decisão do juiz, que reconheceu que a petição era um documento político e não uma ação legal séria”. A Penguin Random House também celebrou a determinação.
O processo movido por Trump cita uma série de artigos do New York Times, entre os quais um editorial anterior à eleição presidencial de 2024, que dizia que ele não estava apto para o cargo.
A ação cita ainda um livro publicado pela Penguin que conta “como Donald Trump desperdiçou a fortuna de seu pai e criou a ilusão de sucesso”.
“Os réus publicaram maliciosamente o livro e os artigos sabendo que essas publicações estavam cheias de distorções repugnantes e fabricações sobre o presidente Trump”, diz o processo, agora rejeitado, apresentado ao tribunal
As publicações, de acordo com a defesa do republicano, prejudicaram a reputação comercial e pessoal de Trump, causando danos econômicos ao valor de sua marca e prejuízos às suas perspectivas financeiras futuras.
Trump tem recorrido aos tribunais como parte de uma campanha para conter reportagens e comentários contra ele. Nesta semana, o apresentador Jimmy Kimmel teve o seu talk-show suspenso por tempo indefinido pela emissora americana ABC News.
A decisão foi tomada depois de o apresentador falar sobre Tyler Robinson, homem de 22 anos acusado de matar o influenciador trumpista Charlie Kirk, durante o programa.
Trump também liderou uma investida contra a Paramount, controladora da rede CBS. A empresa concordou em fazer um acordo para resolver um processo movido pelo presidente segundo o qual o programa de notícias da CBS “60 Minutes” editou uma entrevista com a ex-vice-presidente Kamala Harris com o suposto intuito de favorecê-la na disputa presidencial de 2024.