
O presidente da França, Emmanuel Macron, fala durante uma coletiva de imprensa após uma cúpula especial de líderes da União Europeia para discutir a guerra na Ucrânia e a defesa europeia, em Bruxelas, na Bélgica.
REUTERS/Christian Hartmann
O embaixador dos Estados Unidos em Israel, Mike Huckabee, ironizou o presidente francês, Emmanuel Macron, ao sugerir que Macron oferecerá uma parte do território da França para os palestinos da Faixa de Gaza. O líder francês anunciou na quinta que reconhecerá o Estado Palestino em setembro.
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“A ‘declaração’ unilateral de Macron sobre um ‘Estado palestino’ não disse ONDE ele seria. Agora posso revelar com exclusividade que a França vai oferecer a Riviera Francesa, e a nova nação se chamará ‘França-lestina'”, afirmou Huckabee com um trocadilho juntando os nomes “França” e “Palestina” em publicação no X nesta sexta-feira (25).
Macron anunciou que a França reconhecerá oficialmente o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro, e disse esperar que a medida contribua para a paz no Oriente Médio. (Leia mais abaixo)
A Riviera francesa é o nome popular de uma faixa do litoral sul da França, que corresponde a uma faixa de pouco mais de 100 km entre as cidades de Saint-Tropez até a fronteira com a Itália. O local contém cidades e vilarejos famosos como Cannes, Nice e o principado de Mônaco. A região é conhecida por receber turistas de alto poder aquisitivo.
Outras autoridades dos Estados Unidos, maior aliado de Israel, também criticaram o anúncio de Macron. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, chamou o presidente francês de “irresponsável” e seu anúncio de “retrocesso” e um “tapa na cara” de Israel.
“Os Estados Unidos rejeitam veementemente o plano de Emmanuel Macron de reconhecer um Estado palestino na Assembleia Geral da ONU. Essa decisão irresponsável apenas serve à propaganda do Hamas e representa um retrocesso para a paz. É um tapa na cara das vítimas de 7 de outubro”, afirmou Rubio.
França reconhecerá Estado Palestino
Homens caminham carregando sacos de farinha que foram retirados de um caminhão que transportava alimentos, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 22 de julho de 2025
AFP
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta quinta-feira (24) que o país vai reconhecer oficialmente o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro. Ele disse esperar que a medida contribua para a paz no Oriente Médio.
O anúncio foi feito na rede social X, junto com a publicação de uma carta enviada ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. No documento, Macron confirma a intenção da França de se tornar a primeira grande potência ocidental a reconhecer o Estado palestino.
“Fiel ao compromisso histórico com uma paz justa e duradoura no Oriente Médio, decidi que a França reconhecerá o Estado da Palestina”, escreveu Macron. “Farei esse anúncio solene na Assembleia Geral da ONU em setembro.”
A França abriga as maiores comunidades judaica e muçulmana da Europa. Com a decisão, o país deve impulsionar um movimento que, até agora, era liderado por nações menores e mais críticas a Israel.
O anúncio de Macron foi condenado por autoridades israelenses. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu divulgou um comunicado afirmando que a decisão do governo francês “recompensa o terror e corre o risco de criar mais um representante do Irã”.
A medida também deve gerar reações negativas nos Estados Unidos. Em junho, em um telegrama diplomático, Washington afirmou que se opõe a qualquer iniciativa que reconheça unilateralmente um Estado palestino.
Atualmente, 146 países reconhecem o Estado Palestino, entre eles o Brasil. O movimento mais recente de reconhecimento foi feito por Espanha, Noruega e Irlanda, em 2024.
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