
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (27) que Israel concordou com as condições necessárias para firmar um cessar-fogo de 60 dias na Faixa de Gaza. A proposta, segundo ele, foi discutida em uma reunião considerada “longa e produtiva” com representantes israelenses.
“Israel aceitou os termos para concluir um cessar-fogo de 60 dias. Durante esse período, trabalharemos com todas as partes para encerrar a guerra”, escreveu Trump em sua rede social, a Truth Social.
De acordo com o presidente, a proposta final será apresentada por Qatar e Egito, que estariam desempenhando papel crucial nas negociações e “trabalhado duro para alcançar a paz” no Oriente Médio. Trump também enviou um recado ao grupo Hamas: “Espero, pelo bem da região, que o Hamas aceite esse acordo. A situação não vai melhorar — só vai piorar.”
Mais cedo, durante uma visita a um centro de detenção de imigrantes na Flórida, apelidado de “Alcatraz dos Jacarés”, Trump já havia sinalizado que adotaria uma postura “muito firme” diante do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para garantir o avanço no processo de paz. “Ele também quer que isso acabe. Vem para Washington na próxima semana”, disse o presidente.
A guerra entre Israel e Hamas já dura mais de 20 meses e agravou drasticamente a crise humanitária na Faixa de Gaza, onde vivem mais de dois milhões de pessoas. Estima-se que a ofensiva israelense, iniciada após um ataque sem precedentes do Hamas em 7 de outubro de 2023, tenha causado mais de 56 mil mortes entre os palestinos, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo grupo, cujos dados são considerados confiáveis pela ONU. Do lado israelense, foram contabilizadas 1.219 vítimas, em sua maioria civis.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, reforçou que o fim do conflito é prioridade para o governo dos EUA e que Trump tem mantido contato direto com a liderança israelense. “É de partir o coração ver as imagens que surgiram de Israel e de Gaza durante esta guerra. O presidente quer que isso acabe. Ele quer salvar vidas”, afirmou.
Trump também expressou apoio ao Fundo Humanitário de Gaza, criado por seu governo e aceito por Tel Aviv, que segundo ele é “um bom sistema” para ajudar a população. No entanto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez críticas ao fundo, classificando-o como um sistema “que está matando”, já que funciona à margem da organização e sem o envolvimento das agências internacionais.
Apesar de os combates continuarem, Trump demonstrou otimismo de que um cessar-fogo definitivo possa ser alcançado “já na próxima semana”.