

Monitoramento ilegal aconteceu em 2023 e levanta suspeitas sobre uso indevido da inteligência brasileira durante governo anterior
Uma nova frente de apuração da Polícia Federal (PF) revelou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) realizou espionagem contra autoridades paraguaias durante uma viagem oficial de um ministro do governo Lula ao Paraguai em 2023.
Segundo o relatório parcial, o monitoramento clandestino foi feito com uso de ferramentas tecnológicas avançadas, e pode ter violado regras internacionais de soberania e relações diplomáticas.
📍 Espionagem ocorreu durante missão oficial de governo
O episódio ocorreu enquanto o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcio Macêdo, participava de uma série de reuniões bilaterais em Assunção. Durante a viagem, agentes da Abin teriam monitorado comunicações, deslocamentos e até membros do governo paraguaio, sem qualquer autorização legal ou judicial.
A ação, conforme a PF, seria parte da atuação da chamada “Abin paralela”, estrutura montada durante o governo anterior para realizar espionagens ilegais, inclusive contra cidadãos e autoridades brasileiras.
🌐 Implicações diplomáticas e jurídicas
O caso preocupa a diplomacia brasileira e pode ter repercussões nas relações com o país vizinho. Fontes do Itamaraty informaram que o governo do Paraguai ainda não foi oficialmente comunicado, mas deve receber explicações caso o relatório seja confirmado.
“Espionar autoridades estrangeiras em missão oficial pode ser considerado ato hostil”, comentou um especialista em relações internacionais ouvido pelo portal.
🔍 Abin paralela: mais um capítulo
A revelação faz parte do avanço das investigações sobre o uso indevido da estrutura da Abin nos últimos anos. Ferramentas como o sistema FirstMile, capaz de rastrear celulares em tempo real sem autorização judicial, teriam sido utilizadas em diversas ações ilegais, segundo a Polícia Federal.
Essa não é a primeira vez que o uso da Abin para fins políticos e clandestinos vem à tona. A apuração já envolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e assessores próximos, acusados de ordenar ou receber relatórios de inteligência fora dos trâmites legais.
⚖️ E agora?
A PF deve aprofundar as investigações sobre quem autorizou a espionagem no exterior e se houve conhecimento prévio ou conivência de integrantes do governo anterior. O caso pode resultar em responsabilizações penais e administrativas, além de notas formais entre os países envolvidos.