

Rafael Lusvarghi foi detido durante protesto pró-palestina; parentes denunciam isolamento e falta de assistência consular
O ativista brasileiro Rafael Lusvarghi, detido por autoridades israelenses no fim de maio durante um protesto em apoio à Palestina, foi colocado em solitária, segundo informou sua família nesta segunda-feira (10). De acordo com parentes, Lusvarghi está sem comunicação com advogados ou diplomatas brasileiros desde a última semana.
“Recebemos a informação de que ele foi isolado, sem direito a visitas ou comunicação com o exterior. Isso é gravíssimo”, declarou um familiar, que pediu anonimato por segurança.
A prisão ocorreu em Tel Aviv, durante uma manifestação contra as ações militares de Israel na Faixa de Gaza. O governo israelense ainda não apresentou formalmente acusações contra Lusvarghi, mas a família teme que ele esteja sendo tratado como uma ameaça à segurança nacional.
Itamaraty acompanha o caso, mas não confirma contato direto
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) informou, por meio de nota, que está acompanhando o caso por meio da embaixada brasileira em Tel Aviv, mas não confirmou se houve acesso consular ao ativista.
A falta de informações oficiais tem gerado críticas de organizações de direitos humanos, que cobram transparência e o cumprimento de normas internacionais.
“Mesmo em situações de segurança, o direito à defesa e à dignidade deve ser garantido. O isolamento em solitária, sem justificativa, pode configurar violação de direitos”, afirmou a ONG Justiça Global.
Histórico polêmico do ativista
Rafael Lusvarghi ficou conhecido internacionalmente por ter lutado ao lado de separatistas pró-Rússia na Ucrânia em 2014. Posteriormente, foi preso pelas autoridades ucranianas e libertado anos depois. Seu envolvimento em causas consideradas radicais gera controvérsias, mas a família insiste que sua presença em Israel era pacífica e motivada por razões humanitárias.
Organizações pressionam por libertação
Grupos pró-direitos humanos e coletivos internacionais vêm pressionando o governo israelense pela libertação imediata de Lusvarghi, ou ao menos garantia de um processo legal transparente. No Brasil, parlamentares da oposição anunciaram que vão oficiar o Itamaraty pedindo esclarecimentos.
“Não importa quem seja: um cidadão brasileiro preso no exterior tem direito à proteção consular. O silêncio oficial é preocupante”, disse a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
📌 Resumo dos principais pontos:
- Rafael Lusvarghi, ativista brasileiro, foi preso em Israel durante protesto pró-Palestina;
- Familiares denunciam que ele foi colocado em solitária e está sem contato com advogados;
- Itamaraty diz acompanhar o caso, mas não confirma visita consular;
- Organizações cobram respeito aos direitos humanos e devido processo legal;
- Histórico do ativista aumenta complexidade do caso diplomático.